É engraçado como a cada 4 anos, durante 30 dias, nós, brasileiros, costumamos ser patriotas. É nessa época que temos orgulho em dizer que somos brasileiros, de vestir a camisa da seleção brasileira, pendurar a bandeira no carro, na(s) janela(s) de casa, enfeitar o ambiente de trabalho, etc. Às vezes me questiono porque não poderíamos ser mais patriotas, ou talvez seja melhor dizer, efetivamente patriotas.
A não ser na Copa do Mundo, dificilmente se vê momentos ou ações dos brasileiros para enfatizar seu orgulho pela bandeira, pelo país, ou exercer seus direitos. Tanto quanto quase 100% da população, durante a Copa, também vibro se a seleção ganha e curto o clima que este evento traz. Mas não fico menos instigada com a falta de senso para tantas coisas de nosso povo. Não somente enquanto pessoa, cidadã, mas como profissional, em especial pela minha área de atuação, percebo e questiono ainda mais certas posturas e atitudes da população.
Percebo que temos a tendência a nos autodenegrir. Chega a ser contrasenso, mas chego a perceber por vezes que ao mesmo tempo que enchemos o peito para falar que sempre damos um "jeitinho" para tudo, acaba sendo também autodestrutivo. Ao mesmo tempo que nos orgulhamos, também nos envergonhamos de nosso "jeitinho". Conseguimos sempre dar um jeito para as dificuldades ou barreiras (subornos, benefícios do INSS ou estudantil, fura fila e por aí vai) ou porque de forma excepcional, uma família com 8 pessoas consegue sobreviver do salário de apenas um dos membros da família, que de mínimo não tem nada, e é na verdade, microscópico.
É interessante como é tão arraigado algumas coisas em nossa cultura. Percebo como sendo uma das que é mais destacadas a do "jeitinho".
São aspectos ainda pra muitos anos até serem mudados, isso se houver mudança de postura.
