terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lembranças de Infância

Sabem, acho interessante como a percepção de mundo da criança é algo intrigante e sofre muitas mudanças de uma geração para outra. Aqui em casa pude perceber isso claramente. Sou a mais velha de três irmãos. Meu irmão do meio é 4 anos e 9 meses mais novo que eu, e o caçula, 8 anos e 3 meses.
Quando eu era criança, há alguns anos - que, às vezes, tenho certeza já serem muitos - era muitíssimo comum as brincadeiras serem pique pega, pique bandeirinha, pular corda, 3 toques (aquela que vários jogávamos com bola de vôlei, e no terceiro toque alguém cortava e poderia ir alguém para o meio da roda ou sair dela), bete, pique cola, salada de fruta, elástico, e ainda tinha a de passar o anel, sem esquecer, claro, dos desenhos e filmes (Caverna do Dragão, Thundercats, Smurffs, História sem Fim, entre outros). O vídeo game da época era o Atari. Tinha um, inclusive. O meu irmão do meio ainda pegou um pouco dessa fase, mas o caçula nem tanto. O caçula aproveitou mais a Era de jogos de video game e computador.
Lembro-me que brinquei muito com meus primos dessas brincadeiras quando íamos ao apartamento de nossos avós (meus avós maternos) nas quadras 400 da asa norte. Meu avô ainda era vivo nessa época. E tinhamos alguns "amiguinhos" do prédio de meus avós que sempre brincavam com a gente. Quando não era lá, costumava estar debaixo do prédio onde moramos na asa norte.
Hoje vejo que essas brincadeiras deram lugar a modernidade, a vídeo games ultra modernos, jogos de computador cheios de efeitos. As crianças já não interagem mais como na minha época. São outros tempos.
Lembro-me também que em uma escola que estudei ainda tinha a amarelinha, que costumava me divertir no horário do intervalo, sem contar as mesas de concreto de ping pong.
As meninas ainda tinham aquele frisson por papéis de carta e escrever na agenda, mas essa época já estava um pouco mais velha, no início de minha adolescência, até a chegada ao Ensino Médio.
Depois que entrei na faculdade, as coisas mudaram. Houve aí um outro rito de passagem, em que as responsabilidades que se tem são completamente diferentes de sua infância e adolescência, e você começa a perceber que o mundo te cobra uma outra postura e inclusive parece que a própria instituição Universidade te passa essa idéia. É você por você mesmo. Não há mais coordenadores, professores, bedéis atrás de nós para nos vigiar todo o tempo e nos "proteger". Mas é um momento em que parece que há uma maior liberdade sobre o que se faz, mas a responsabilidade é ainda maior. Você deixa de estar sempre perguntando o que fazer (como ir ao banheiro, por exemplo) para começar a pesar suas decisões sobre o que fazer de sua vida.
É interessante como a vida é cheia de simbolismos. Sempre criamos algo que marque determinadas fases de nossas vidas. Para as mulheres, são várias, como completar 15 anos. Para os homens, assim como as mulheres, há diversas, entre elas, completar os 18 anos.
E cada momento de nossas vidas tem algo que nos marca, existem pessoas que deixam um pedaço de si e levem um pedaço de nós.

Beijos a todos e até a próxima (espero que seja logo)...